sexta-feira, 31 de outubro de 2008

3ª Conferência Open Access


Divulgamos hoje (finalmente) a realização da 3ª Conferência Open Access, na Universidade do Minho.

A conferência vai realizar-se nos dias 15 e 16 de Dezembro e durante a primeira quinzena de Novembro será divulgada mais informação, nomeadamente o programa.

Durante a conferência irão ser apresentados os resultados do projecto Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal, em que tenho trabalhado (intensa mas silenciosamente) nos últimos três meses. Como diriam os americanos: "Stay tunned"...

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Padrões no uso de repositórios

DOWNLOADS DO REPOSITÓRIUM EM ABRIL DE 2008

DOWNLOADS DO REPOSITÓRIUM EM JUNHO DE 2008

Um novo post do Repository Man (Les Carr) que me relembrou e me "forçou" a escrever sobre algo que já vinha reparando há cerca de um ano, e que tinha despertado a minha curiosidade e interesse.

Trata-se da existência de muita regularidade, de autênticos padrões, na utilização dos repositórios. De acordo com o Les Carr, no repositório da School of Electronics and Computer Science University of Southampton, que regista cerca de 30,000 downloads por mês, existe um padrão de utilização semanal com picos de utilização à segunda ou terça-feira, seguidos por uma pequena descida gradual no resto da semana, uma "queda" ao sábado (com cerca de 1/3 dos níveis de pico) e um ligeiro aumento ao domingo.

Este "padrão" reportado pelo Les Carr, pareceu-me muito familiar. Desde há muito que tinha reparado que, no RepositóriUM, na maioria das semanas, as terças-feiras eram o dia de maior utilização, que o número de downloads se reduzia sensivelmente à sexta-feira (mas nem sempre à quarta e quinta), e que o nível mínimo se regista quase sempre ao sábado, verificando-se um pequeno aumento ao domingo.

Fui olhar de novo para os dados de downloads do RepositóriUM (eles são públicos de um modo agregado), e na breve análise que pude fazer, confirmei a minha impressão da existência de alguma semelhança entre o padrão do uso do repositório de Southampton e os dados do uso do RepositóriUM. No entanto, a "olho nu", parecem existir também algumas diferenças:

1 - Parece existir maior variação do número de downloads mensais no RepositóriUM (em 2007 variou entre os 52.608 de Janeiro e os 101.166 de Outubro, enquanto em 2008 registou-se um mínimo de 58.951 em Agosto, e o máximo até ao momento foi de 119.101 em Junho) do que em Southampton;

2- A utilização do RepositóriUM parece apresentar maiores variações ao longo das semanas entre segunda e quinta-feira, do que acontece em Southampton, ainda que na maioria das semanas ocorra o fenómeno identificado pelo Les Carr do pico ocorrer no início da semana (segunda ou terça) e registar-se depois uma ligeira diminuição, que é mais (e sempre) significativa à sexta.

A partir desta análise preliminar julgo que uma das explicações para esta diferença poderá estar relacionada com uma maior correlação e "dependência" dos níveis de uso do RepositóriUM com os calendários e ritmos de trabalho (feriados, férias, calendário escolar, etc.) dos dois países que originam cerca de 2/3 dos downloads: Portugal e Brasil.

No entanto será necessário fazer uma análise mais detalhada (nomeadaamente identificando o que são semanas "normais" e semanas "atípicas" - semanas com feriados e "pontes", semanas em períodos não lectivos, como as férias de Natal, Páscoa, de Julho a Setembro) para tirar algumas conclusões mais seguras, poder fazer um estudo comparativo com outros repositórios e avançar com alguma explicação para o fenómeno.


Quando eu e o Ricardo Saraiva (que me ajudará também nesta tarefa) tivermos algum tempo para isso, darei aqui mais notícias.




sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Evangelizações universitárias



Mais duas sessões de “evangelização”, ou “arqui-evangelização”, como chamaria Stevan Harnad, para as vantagens do acesso livre e dos repositórios institucionais, para a sua importância estratégica para as universidades e para os investigadores individuais, desta vez na Universidade Nova de Lisboa.


Primeiro numa reunião do Senado, para uma audiência de decisores, e depois na Faculdade de Ciências e Tecnologia, para uma audiência maioritariamente composta por docentes e investigadores. No final da minha exposição as questões foram as “habituais” nestas sessões: custos dos repositórios no caso dos decisores, copyright e futuro das revistas científicas no caso dos investigadores.

Questões que mais uma vez revelam as dúvidas, mitos e temores que em parte explicam a relativa lentidão com que o Open Acess tem avançado desde que, há cerca de 5 anos, entrou definitivamente na agenda académica e política.

Mas ou os meus olhos e ouvidos estavam particularmente optimistas e complacentes, ou pareceu-me notar, tal como já aconteceu na sessão que realizei na Universidade de Girona em 26 de Setembro, que a minha “mensagem” foi melhor compreendida do que seria há uns meses ou há um ano atrás. Pelo menos já não surgiram objecções ou cepticismos, e toda a gente com que falei nas sessões e para além delas, afirmou reconhecer a importância do tema.

Espero ter razão para esta minha apreciação optimista, mas só o tempo permitirá averiguar isso. Se tiver razão, então existirão melhores condições para que a FCT e a UNL adoptem brevemente políticas corajosas e para que, consequentemente, o(s) seu(s) repositório(s) cresça(m) de forma significativa e sustentada. A ver vamos...

No imediato ficou a esperança de ter contribuído para isso, e o prazer de rever colegas e amigos da UNL.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Rumo ao futuro II



Há uns meses assinalei aqui a divulgação da versão beta das especificações OAI-ORE. Agora, registo a disponibilização das versões de produção das especificações e documentos de implementação OAI -ORE, que resultam do trabalho de dois anos do projecto da Open Archives Initiative (OAI), designado Object Reuse and Exchange (OAI-ORE), cujo objectivo foi o desenvolvimento de normas para a identificação e descrição dos designados objectos digitais complexos ou compostos.

De acordo com a Press Release divulgada no passado dia 17, as "normas" OAI-ORE fornecem as fundações para aplicações e serviços que possam visualizar, preservar, transferir, sumarizar e melhorar o acesso às agregações que as pessoas usam na sua interacção diária na Web, incluindo documentos Web com várias páginas, documentos com múltiplos formatos em repositórios institucionais, conjuntos de dados científicos (data sets), etc. As normas OAI-ORE pretendem integrar a emergente Web "machine-readable", a Web 2.0, e a evolução futura da informação em rede.

Como referi há uns meses, o projecto OAI-ORE é portanto um olhar sobre o futuro. Mais do que isso, é um esforço e um impulso para construirmos esse futuro, desde já.

Mas para que as normas OAI-ORE possam ser completamente aplicadas e aproveitadas é necessário que terminemos a construção do presente. É necessário que se crie um corpus mundial de informação científica (literatura e cada vez mais dados científicos) em acesso livre sobre o qual se possa aplicar toda a "inteligência" dos algoritmos, normas e protocolos que fomos desenvolvendo, e todo o fantástico poder computacional das máquinas de que dispomos.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Google integra características do Google Scholar










Através de uma mensagem do Les Carr, tomei ontem conhecimento de uma importante notícia, que aparentemente já tinha sido divulgada em Agosto (nomeadamente através deste post), mas que me "escapou" no período de férias.

O
Google integrou no seu motor de busca genérico características e funcionalidades até agora apenas presentes no Google Scholar como:
  • O nome do (primeiro) autor
  • Links para os artigos que o citam
  • Links para artigos relacionados
  • Links para outras versões
Para os repositórios institucionais de acesso livre isto são excelentes notícias!

É verdade que o Google já incluía nos seus resultados os documentos dos repositórios, mas estas novas funcionalidades e características, até agora apenas disponíveis no Google Scholar, irão certamente aumentar a visibilidade e usabilidade dos documentos arquivados nos repositórios.


É que apesar da existência de bases de dados e motores de pesquisa especializados em informação científica e académica (como o
OAIster, o portal do DRIVER, e o Google Scholar), a percentagem de pessoas (incluindo investigadores e académicos) que os utiliza, comparativamente com os que usam o Google, é diminuta.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Dia do Open Access



Hoje é dia de São Open Access!

Por iniciativa da SPARC (Scholarly Publishing and Academic Resources Coalition), da Students for FreeCulture e da Public Library of Science, celebra-se hoje, com várias iniciativas em todo o mundo, o Open Access Day. Os organizadores criaram um site onde se recolhe informação sobre as actividades e eventos que marcam este dia: http://openaccessday.org/

Apesar de não acreditar muito no impacto deste tipo de iniciativas simbólicas, desejo o maior sucesso para o dia do Open Access, e que ele contribua para a aumentar a consciência (e desejavelmente melhorar as práticas) do meio académico relativamente a esta questão.
 
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